O MAR EM SERGIPE – OCEANOGRAFIA GEOLÓGICA DA MARGEM CONTINENTAL
PLATAFORMA CONTINENTAL DE SERGIPE-ALAGOAS
A porção mais estreita da plataforma continental brasileira encontra-se no setor Nordeste,
com largura média de 35 a 40 km e profundidades máximas em torno de 40 metros.
A plataforma continental em Sergipe tem uma largura variável entre 20 e 32 km e seu limite na profundidade de 50 metros. A margem da plataforma e o talude continental são cortados por dois grandes cânions submarinos – os dos rios São Francisco e Japaratuba. #IMG#
A superfície da plataforma é em geral ligeiramente irregular e cortada em parte por sistemas de cânions submarinos. A circulação oceânica é dominada pela ramificação Corrente Brasileira da Corrente Sul-Equatorial, deslocando-se para sul com 0,5 nós, excetuando-se o inverno, quando surge uma componente contrária dirigida para norte.
OCEANOGRAFIA GEOLÓGICA
A oceanografia tem uma natureza interdisciplinar e seu campo de estudos abrange o entendimento do comportamento dos oceanos e os processos ocorrentes neste ambiente. A oceanografia pode ser subdividida Geológica, Física, Química e Biológica e engloba ainda várias combinações de campos como geoquímica, bioquímica, geofísica e biofísica marinhas. A oceanografia geológica estuda as características, o padrão de distribuição e a origem das feições topográficas e dos sedimentos do assoalho oceânico e a dinâmica dos processos de erosão, transporte e sedimentação. Envolve ainda o estudo dos registros presentes nos sedimentos marinhos, os quais revelam mudanças do clima e da posição da linha de costa provocadas por elevações ou descidas do nível do mar.
MAPEAMENTO DA PLATAFORMA CONTINENTAL SERGIPE-ALAGOAS #IMG#
O Laboratório Georioemar desde 2008 vem enfatizando os estudos de geologia marinha quando iniciou o projeto de pesquisa financiado pela PETROBRÁS (Projeto Águas Rasas/Plataforma – Geologia) visando o mapeamento geológico e geoquímico dos sedimentos superficiais da plataforma continental de Sergipe e Alagoas.
O projeto Águas Rasas/plataforma-geologia objetiva ainda estudar a origem de sedimentos superficiais do fundo marinho e as causas para os seus padrões de distribuição; determinar os níveis naturais e a distribuição de componentes geoquímicos e conhecer a sua evolução nas últimas centenas de anos; estudar a influência dos aportes fluviais na sedimentação e morfologia da plataforma e obter parâmetros para subsidiar estudos de proveniência de sedimentos recentes; integrar e espacializar as informações geológicas e geofisicas sobre a plataforma de Sergipe e Alagoas.#IMG#
A 1ª campanha oceanográfica do projeto Águas Rasas – Plataforma foi realizada em 2008 durante 15 dias, envolvendo 24 horas de trabalho continuo, com revezamento de equipes. O navio utilizado foi o R/V Gyre (ex-Universidade do Texas) que se deslocou do Porto do Rio de Janeiro para o Porto de Aracaju.